Adiós, adieu, auf wiedersehen, goodbye


Quase que era no ano do meu nascimento que o grande José Cid participava na Eurovision com o seu grande hit Um Grande, Grande Amor… mas foi em 1980 que este poema mais profundo conheceu o mundo. Não fomos longe, mas o que eu quero é usar esta música para dedicar aos meus 35!!

Adiós, adieu, auf wiedersehen, goodbye ou apenas ADEUS, porque francamente foste um ano mauzinho, muito mauzinho, preferindo ficar mais velha do que a continuar a viver em ti… chorei muito, passei mais dias triste do que feliz, vivi num carrossel de emoções, vi-me obrigada a fazer mais uma daquelas limpezas na vida, passei muitos dias fechada em casa só porque sim (mal eu sabia que o Covid aí vinha), desiludi-me, parti o coração, arrisquei e falhei…

Para os 36, levo a saúde, a minha e a dos “meus”, os sorrisos e as gargalhadas que dei, os abraços infindáveis que estou a dever (e me estão a dever), levo poucas certezas, levo muito álcool gel e máscaras, levo algum medo, levo passatempos novos, levo muitos livros para ler, levo projetos que o destino caprichosamente me vai fazendo adiar, levo muita música (que tanta companhia me fez nestes meses de confinamento), levo a vontade de ir novamente a pé a Fátima agradecer, levo os cabelos brancos (não inventem, tenho cabelos brancos sim e não partilho o truque da máscaras de pestanas), levo algumas rugas mas acima de tudo, levo a minha família, a de sangue e a que escolhi – são poucos, mas são quem no fim do dia me dão a mão (COVID ALERTTTTTT) para que, mesmo quando caio, não desista e me apoie nessa mão e faça acontecer…

Sei que também alcancei e concretizei coisas que não me sabia capaz, arrisquei e acertei, trabalhei muito, aprendi coisas impensáveis, redecorei parte da minha casa, fiz as pazes com algumas coisas do meu passado, resolvi alguns pendentes… mas este ano foi bastante diferente do que tinha pensado que seria.

Em tempos tive alguém na minha vida que me dizia que às vezes para andar em frente, temos de dar dois passos atrás. A firmeza com que se dá esses passos é que marca a diferença, sei isso hoje, melhor que há 365 dias atrás!

Sem título


Não tenho palavras, e nenhum título me pareceu bom o suficiente para falar do que se passa nos EUA (e eu diria, hoje em todo o mundo) por causa do flagelo do racismo.
Estamos no século XXI, cenas destas nos últimos anos foram acontecendo e nada muda?!?

Já estou como disse o Stephen Colbert: vivemos a maior pandemia dos tempos modernos e as manchetes têm de recair uma vez mais sobre o racismo, porque mais um civil de raça negra (George Floyd) foi vítima do excesso de autoridade de um polícia que basicamente pôs o joelho no pescoço e se esqueceu dele durante largos 9 minutos… vi o vídeo algumas vezes, e não percebo.

Aliás, não percebo o fenómeno em prisma nenhum, sobretudo num país em que as culturas, as cores, as raças, as etnias (o que quiserem) se misturam, uma e outra vez, em nome do sonho americano que tantos e tantos emigrantes leva aquele país. Choca-me que idolatrem atletas de raça negra (como no basquetebol) mas não tenham problemas nenhuns em matar um civil só porque é negro?? Não digo que o George Floyd era um santo e injustamente perseguido pela polícia, mas se fosse um de nós? Também morríamos debaixo daquele joelho? Ainda pensamos tão pequenino que achamos uma piada imensa à frase “tanto aperto a mão a um branco, como um pescoço a um preto”?

Desculpem a frontalidade, o assunto é sério e mais ainda quando uma potência mundial à beira do colapso por causa do Covid tem como líder um tipo que está a bater as palminhas de contente porque tem finalmente as desculpas que procurava para incitar à violência e aos movimentos extremistas… reparem que os protestos – com os quais concordo e acho necessários – já derivaram para o assalto a lojas da NIKE para pilhar centenas de pares de ténis… porquê? Para quê? Não percebem que assim os Trumps da vida ganham argumentos e força para perpetuar a estupidez? Eu também gosto dos ténis da Nike, até comprei um modelo recentemente, mas valem legitimar um doido para colocar os militares na rua com ordem para disparar?!

Muted, but listening & Learning

Diário Dum Isolamento: #10


Andei na balda estes dias, confesso.

Não porque não tenha coisa para vos escrever ou partilhar, mas porque entre o volume de trabalho e a minha decisão de não pensar tanto no Covid, fui deixando a escrita de lado para não cair na tentação de escrever sobre o nosso amigo…

O sol voltou, está um calor daqueles (apesar de ontem e hoje mais envergonhado) e, obviamente, que o tuga foi a correr para a praia. Vi imagens das praias da Costa da Caparica e de Carcavelos e não queria acreditar… uma coisa é estar numa praia praticamente deserta e a vários metros de distância dos demais, o que muita gente fez durante a semana. Outra é a loucura do fim-de-semana que mais parecia um dia normal de praia no Algarve em pleno Agosto.

Percebo tudo, sobretudo a saturação de estar em casa e de dar vontade de sair a correr e regressar à “reclusão” daqui a uns dias, mas ainda é cedo para isso. São estes os dias que vão marcar a diferença e decidir se estaremos impedidos de uma “rotina” mais ou menos normal até ao ano de 2021 ou se conseguimos um pouco antes. Mas seguramente não vai ser com esta postura que chegaremos a bom porto…

GNR brinca com 'meme do caixão'. “Fique em casa ou dance com eles ...

As saídas de casa continuam a ser reduzidas ao essencial, mas tenho visto com apreço pessoas a usar máscara e a usarem os desinfetantes. Tenho pena é que muito insistam em usar as máscaras no queixo ou penduradas na cintura… não sou cientista ou médica, mas acho que assim não funciona.

E o que dizer sobre a reabertura dos shoppings? Bem na verdade nada, porque na Grande Lisboa nem sequer aconteceu, e bem, porque a julgar pela loucura na abertura do Norte Shopping até tenho medo de ver a 2.ª circular transformada num estacionamento de pessoas no dia em que o Colombo abrir.

Ir à Primark é essencial? Confesso-me um bocado “lerda”, deve ser do confinamento, mas meias, cuecas, fatos-de-treino e afins não podem esperar? Das duas uma: ou de facto havia muita gente sem roupa confortável e deram cabo dela toda nestes quase 3 meses ou estamos mesmo muito longe de perceber do que estamos a falar.

Atenção que eu adoro o programa shopping ao fim do dia (sim esqueçam apanhar-me no Colombo em dias de jogo do Benfas (só se eu for ao jogo) ou ao fim-de-semana), ir à Primark deserta e já arrumada para o dia a seguir, levantar as compras on-line do Continente e jantar por lá… agora isso é uma coisa que não vou fazer nos próximos meses.

Para comprar meias e cuecas não faltam sites por aí, não é tão barato como na Primark? Esperem pelos saldos…

Diário Dum Isolamento: #9 (que quer dizer 50)


Aos 50 dias do confinamento e do distanciamento social o que tenho para dizer?! Pouca coisa na verdade, quer dizer pelo menos coisas que não sejam asneiras porque nesse campo… F**** da ***a, vai pró ******* ou para a ***a que te pariu oh covid 19!! Acho que já perceberam o comprimento de onda em que o mood está.
Há que dizer que Portugal se portou bem e hoje, dia 5 de maio de 2020, temos apenas 25.702 casos confirmados e apenas 1.074 mortes o que é de facto uma ótima notícia e uma surpresa absoluta! Quem diria? Aqueles lá da cauda da Europa, os que estavam falidos há meia dúzia de meses conseguiram aguentaram-se com uns números fora de série!

Estamos longe dos números americanos, italianos, espanhóis e até dos russos, algo que merece sem dúvida uma palavra de louvor a todos os que estão na linha da frente, e onde tenho o orgulho de ter um dos meus melhores amigos – Pedrocas, um sentimento de gratidão imensa por seres o excelente médico que és!

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Puzzle


Onde eu me fui meter… Eu, aquela pessoa que nunca fez um puzzle com mais de 100 peças e sempre com motivos infantis (abram alas para o Noddy), resolvi fazer puzzles ilustrativos de pinturas famosas…

Comecei a ver, e para meu espanto os puzzles estão praticamente esgotados em todo o lado, sobretudo estes mais específicos e eu queria com pelo menos 1000 peças, para aproveitar e pensar em fazer um quadro!! Bem na verdade, o que comecei a fazer tem 2000 mil peças e é a reprodução do, nada mais nada menos,  Jardim das Delícias Terrenas!

O quê? O Jardim das Delícias Terrenas de Hieronymus Bosch, que descreve a história do Mundo a partir da criação, apresentando o paraíso terrestre e o Inferno nas asas laterais. Ao centro aparece um Bosch que celebra os prazeres da carne, com participantes desinibidos, sem sentimento de culpa.

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BigBrother


Começou (quer dizer mais ou menos) o Big Brother, 20 anos depois! Vi em modo acelerado a final da primeira temporada do BB em Portugal (que a TVI tão amorosamente repetiu) e fiquei em estado de choque!

20 anos?! A sério?! Como é que isto aconteceu? Como é que passaram duas décadas?

Zé-Maria-Big-BrotherLembram-se que no dia da final estávamos na temida passagem do milénio? Aquele dia que muitos diziam ser o dia do fim do mundo e grande parte de nós estava a assistir à final do programa como se fosse algo de verdadeiramente transcendente! Eu estou incluída, sem qualquer problema em assumir isso!Como esquecer o Zé Maria e as galinhas, o pontapé do Marco ou a boa da Susana que apenas dormia e gostava do Zé como irmãos…

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Lemas de vida: #5/2020


Ai 2020 que nervos que me andas a dar… Ias ser um ano tão hiper mega recheado de coisas boas, e agora só tenho de me debater com a dúvida se faço praia na varanda de minha casa ou no telhado do prédio, só para ser mais espaçoso…

Que grande reviravolta que tudo nos isto trouxe, sem preparação, sem aviso, sem qualquer resposta às nossas inquietudes. Sei que somos uns sortudos, porque a geração dos nosso bisavós / avós ou mesmo pais foram para a guerra para manter o país e as famílias a salvo, nós só temos de permanecer em casa, lavar as mãos, usar luvas e máscaras em contexto social e evitar gotículas de terceiros!!

Mas psicologicamente não significa que, também este pouco que nos pedem, seja enorme e super “pesado”.

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A torta de chocolate da mãe


A torta de chocolate da minha mãe é melhor que a da vossa mãe. Tenho dito!

Não há nada (quer dizer, além das outras coisas maravilhosas que a minha mãe faz, mas isso agora não interessa nada) que me saiba melhor que comer uma fatia da torta da minha mãe. São muitos anos a refilar que é sempre torta e poucas vezes o bolo mármore (sim, eu refilo e negoceio bolos com a madrezita), só para ser fiel a mim própria e ter sempre alguma coisa para dizer!

Cresci com as tortas a serem o bolo das festas e assim continua a ser nos dias de hoje, e já são os meus sobrinhos que pedem a torta da avó! Acreditem que quem prova quer sempre a receita e mais fatias de torta, e foi o que aconteceu no meu aniversário o ano passado 😉

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Diário Dum Isolamento: #8


A pergunta que vejo cada vez mais a ser feita é: Qual vai ser a primeira coisa que vais fazer quando a quarentena for levantada?

Honestamente, não sei! Tenho pensado muito em como seriam os meus dias (sobretudo os fins-de-semana) se não estivéssemos confinados em casa… A verdade é que a esta altura já teria feito mil coisas que arranjo sempre para fazer! Mas por outro lado, tenho aproveitado para fazer coisas que vou adiando por ter mais que fazer!

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Diário dum Isolamento, os clicks #4


Continuamos em quarentena e as perspectivas é que assim se mantenha até maio… Esperemos que pelo início de maio!

Enquanto uns já trepam paredes, há outros tantos que conseguem continuar a inventar GIFs e imagens super engraçadas e elucidativas dos sentimentos que são transversais a todos!!

No fim do dia (estamos em que mês mesmo? Dia da semana?), não há receita mágica para passar por esta experiência de isolamento e distanciamento social, pelo que até conseguir dizer o meu nome completo e número de contribuinte, está tudo bem 🙊🤪

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